Percorrendo o Sul do Mexico (Julho 2012)

Na segunda-feira, 9 de Julho, fiz-me novamente à estrada, rumo a Guanajuato, uma pequena cidade colonial e muito interessante.

Uma noite e dois dias foram suficientes para absorver o que Guanajuato tem para oferecer, incluindo a gastronomia típica.

Apanhava o bus rumo à cidade do México, para depois apanhar um outro bus nocturno para Oaxaca. Um total de 12,5 horas de viagem, sem contar com a hora de espera.

Fiquei três dias em Oaxaca e conheci um grupo mexicano super divertido, com quem partilhei umas boas prosas, gargalhadas e cervejas. Salvador (Bajo California), Ana, Marycarmen e Ivan, todos da cidade do México.

Achei super interessante o facto dos mexicanos viajarem pelo próprio país. Onde quer que eu passasse, conhecia mexicanos de ferias e nao os turistas estrangeiros "standard". Isso proporcionou-me experiencias locais, como as que eu anseio.

Seria demasiado estranho para mim, falar em inglês na América Latina. Tanto, que certo dia me dei conta que o espanhol estava a bloquear aquela outra língua, quase por completo.

Oaxaca é uma daquelas cidades mexicanas imperdíveis. Mágica, cultural, com uma energia poderosa. Apetece ficar por tempo indeterminado.

Nos arredores, é obrigatório visitar as ruínas de "Monte Alban", uma cidade pre-hispanica, planificada e habitada entre 500AC e 850DC.

Fiquei num hostel muito simpático, "Don Nino". Também tinha um restaurante associado, onde me despertava com um senhor pequeno-almoco.

Oaxaca é também conhecida pelo "mezcal" (aguardente muito apreciado), acompanhado por "chapolines" (aperitivo feito com pequenos insectos, chapolines, crocantes, muito picantes) cujo sabor é aceitável, mas o detalhe crocante me fazia lembrar baratas... Não, ainda não provei estas últimas, mas a imaginação de um ser humano é poderosa.

Depois de saborear mais cultura, apetecia-me fazer uns dias de praia. Mais uma viagem nocturna me rumava a Puerto Escondido, na costa sul / pacífico do Mexico. Nao posso dizer que tenha ficado deslumbrada, ate porque apanhei outro transporte dois dias depois, rumo a Baias de Huatulco

Lugar perfeito para relaxar das viagens, baias lindíssimas, praias fabulosas. Sentindo-me de férias, deu até para me actualizar um pouco no cinema, dando prioridade à animação: "Ice Age IV" e "Madagascar III".

Três dias depois, apanhava mais um bus nocturno, rumo a San Cristobal de las Casas, no estado de Chiapas.

Posso dizer, sem qualquer receio, que foi o meu estado preferido, o dos mexicanos de 1,5m. 

Uma das várias razões centra-se na gastronomia. Simples, deliciosa e saudável. Eu, que aprecio estes três requisitos, sentia-me no céu, em Chiapas.

San Cristobal de las Casas é outro tesouro mexicano. Com os tracos ainda fielmente coloniais, cheira a música ao vivo, onde quer que se esteja. Até o som australiano do didgeridoo, complementado por outros instrumentos de nível, exibe o seu estatuto pelas charmosas ruas de San Cristobal.

Qualquer bom restaurante tem música ao vivo. Uma das minhas casas de eleição era um misto de restaurante vegetariano, cinemateca, clube de yoga e outras delicias culturais: "La Casa del Pan".

Nos arredores de Chiapas ha que visitar o "Hierve el Agua", um lugar mistico onde existe a famosa "Cascada de Piedra".

Decidi visitar esta maravilha por conta própria. Isto é, apanhei um colectivo (espécie de taxi que transporta as pessoas colectivamente, como se se tratasse de um mini-bus, partindo tão logo tenha lotação esgotada) até Mitla. Aqui, dei umas voltas pela vila, enquanto esperava que o colectivo para Hierve el Agua tivesse o quorum suficiente para a largada.

Os meus companheiros dessa tarde foram uma família mexicana muito simpática, cujo filho de quatro anos, Rafael, tornou-se meu amigo inseparável. Era impressionante, o apego dessa criatura sobre mim. 

Como ja dizia atrás, Chiapas tem muito que se lhe diga.

Dois outros pontos obrigatórios sao o mundo Maya "Palenque" e as "Cascadas de Misol Ha".

Em Palenque aprofundei um pouco os conhecimentos sobre o calendário Maya e tratei de arranjar o meu exemplar, feito em couro. 

Todo o espaço envolvente das Cascatas é uma obra-prima da natureza, cujas fotografias falam por si.

Quando ja me visse satisfeita de San Cristobal de las Casas, apanharia um bus colectivo que me levaria a Guatemala, aquele país da América Central com que nutria mais curiosidade. Sem nenhuma razão aparente, puramente "feeling".


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