Para amadurecimento das meninas Wayúu, há que fecha-las ao mundo (Colombia)
Há dias tive conhecimento de uma tradição de um dos tribos colombianos, que me deixou sem palavras.
Agradeço à realizadora Priscilla Padilla pelo seu fantástico trabalho, filme-documentário "La eterna noche de las doce lunas", onde apresenta ao mundo esta tradição.
Fonte: Internet |
A tribo chama-se Wayúu e reza a tradição que toda a menina em idade de ter a primeira menstruação deve ser encerrada ao mundo, por um período de meses ou até um ano. Os frutos que se pretendem colher com isso é a transformação da menina numa boa mulher Wayúu.
Entre outras características, a boa mulher Wayúu dá continuidade com a forte tradição da tecelagem, não sorri e torna-se valiosíssima, materializado num excelente dote.
O encerramento é representado fisicamente por uma casa tradicional, cuja estrutura das paredes é feita com bambu e preenchida com barro, coberta com chapa de zinco e com apenas uma porta. Tem um único compartimento, pequenas entradas de luz na zona superior das paredes e chão de terra batida.
A menina encerrada vive sozinha nesse "seu" espaço, durante meses ou ano, e apenas pode receber visitas da mãe ou avó ou outra mulher muito próxima na família. Tem que aprender a ser uma boa dona de casa, lavar a roupa, limpar a casa e, principalmente, tecer até não poder mais.
Deus a livre de ver ou ser vista por um homem nesse período.
No aniversario, é "visitada" por amigas, friso femininas, do lado de fora da casa, que lhe cantam os parabéns e desejam os votos. A menina recebe isto como se de um telefonema se tratasse, no mundo ocidental. Não há contacto visual, apenas transferência de energia.
Durante o período de "amadurecimento", o cabelo de criança inocente da menina é cortado, pois deve nascer um novo cabelo, de boa mulher Wayúu.
Fonte: Internet |
O documentário retrata a experiencia de Filia, que se sujeita ao encerramento porque acredita que se devem manter as tradições, mas o sentimento dela é crítico. Apesar de se ter sujeitado a tamanho sacrifício, não pensa como as demais, planeia o seu futuro como uma mulher independente, que estuda e que tem uma profissão. Aliás, o facto de ter autorizado o registo da sua experiência, levando a sua mensagem ao mundo é de uma liberdade fora de série.
Filia passou um ano fechada. O que mais lhe custou foi a proibição de rir. E, na tecelagem, encontrou uma forma de meditação e de auto-companhia.
E com as outras? Terão esta força espiritual?
Fonte: Internet |
Bogotá, 25 de Outubro 2013
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