Explorando Colombia - Caño Cristales (Novembro 2013)


Caño Cristales é daqueles paraísos na Terra, cuja dificuldade de acesso os torna ainda mais especiais.

Conhecido como o rio das cinco cores, e também como "el río más hermoso del mundo" fica na região de Meta e próximo de uma zona de guerrilha, o que torna (quase) impossível ir de forma terrestre. O quase é dedicado aos viajantes mega-aventureiros,  como o caso deste jovem que tem uma experiência, no mínimo, peculiar: 


http://egoizueta.blogspot.com/2011/12/cano-cristales-cruzando-una-zona-roja.html


Eu e a Joana decidimos pela forma mais prática, embora bem mais cara. Apanhámos um voo da companhia SATENA, de Bogotá a La Macarena, que durou pouco menos de 1 hora.
















A chegada a La Macarena é outra experiência original. O aeroporto resume-se a um espaço coberto e basta atravessar a rua de terra batida, para entrar no centro da vila. A bagagem de porão é reclamada na agência da companhia, que também fica do outro lado da rua. O transporte da bagagem entre o avião e a dita agencia é feita num atrelado puxado por um burro.




 La Macarena é daquelas vilas no meio do nada, a que podemos chamar de fim do mundo. Já quando a sobrevoamos, percebemos que é um pontinho no meio de uma selva gigante e de vegetação densa. Precisam importar praticamente tudo, o que a torna uma vila mais cara do que a média nacional. Onde as ruas se enchem de lojas coloridas, de produtos (roupa e calçado) que são réplicas (quase fiéis) de marcas conhecidas.






O chapeu à cowboy, de pele de gado, é um dos símbolos da vila.



Existem duas formas para visitar Caño Cristales. Uma é comprar um pacote turístico (voo+tour+estadia+alimentação), método de que fujo a sete pés. A outra é fazer um misto: contratar o tour e garantir a flexibilidade no voo, estadia e alimentação, todos por conta própria.

Na verdade, não se consegue fazer tudo por nossa conta, uma vez que é obrigatório visitar Caño Cristales com um guia local e acreditado.

Uma das empresas é a www.cano-cristales.com

Recomendo o "Punto Verde" como alojamento. Nao é muito mais caro do que os outros e oferece uma espécie de oásis, em comparação com todo o enquadramento restante. Com jardim florido, piscina e quartos aceitáveis.




Nas primeiras noites ficámos numa hospedagem (Hotel Cascada) escolhida pela empresa com quem fizemos o tour e foi uma experiência a não repetir. Colchões duros como pedra, almofadas de tamanho duplo, condições básicas e, como se não bastasse, os donos não prezam  pela simpatia.

Aliás, devo dizer que a vila inteira não preza pela simpatia, contrastando com a tradição hospitaleira do resto do país.

Para chegar a Caño Cristales há que atravessar o rio Guaybero, de cor castanha, de canoa, fazendo lembrar o rio Amazonas. 


 

A visita é feita através de caminhada ao longo do rio, fazendo-se paragens em piscinas naturais e cascatas. Recomendo vivamente a visita em 2 ou três dias, uma vez que se se tiver o azar de apanhar 1 dia cinzento, Caño Cristales resume-se a um rio normal, a magia das cores pura e simplesmente não existe.


Lembro-me das duas amigas holandesas que reservaram apenas um dia para conhecer Caño Cristales e tiveram um dia cinzento e chuvoso, deixando o paraiso a desejar. Nós, que já tinhamos tido 2 belíssimos dias, pura e simplesmente anulámos esse registo.




A cor predominante de Caño Cristales deve-se a umas algas endémicas, de cor vermelha, de nome científico Macarenia clavígera, ainda que existam algas de outras cores, em menor densidade.






Porquê Caño e não rio? É o nome que os latinos normalmente dão aos rios da selva, de pequeno porte (largura e comprimento). Caño Cristales não chega a ter 100 km de comprimento, nem 20 metros de largura.





Recomendo levarem uma máquina fotográfica subaquática, para captarem cenários únicos de cores, transparências, reflexos e mais.






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