Explorando Colombia - Playa Blanca, Isla Barú, Caribe (Dezembro 2013)


Existem duas opções para chegar à Playa Blanca.


A mais rápida, menos emocionante, mais turística e (substancialmente) menos económica é através de um catamaran que faz a viagem directa em 40 minutos.


A mais especial, menos custosa, mais original e (incrivelmente) menos aborrecida é feita por fases, cada uma delas a competir com as outras tantas na emoção.


i) Apanha-se um autocarro tipo "chicken bus", sufocado de galhardetes e luzes de todas as cores e onde tudo acontece, numa viagem de mais de uma hora. Desde uma limonada com cubos de gelo a ferver num jarro sorridente, frutas de todas as cores e feitios, a concertina a tentar impor-se ao frenesin dos vendedores móveis, o galo que faz um esforço desumano para não piar, os rappers que dão o ar da sua graça, entre versos e movimentos corporais.



 © Joana Tetembwa





2) Atravessa-se um rio, numa plataforma tao artesanal como caricata, destinado a transportar veículos.


©  Joana Tetembwa


3) Chegando à outra margem, é o caos! É um emaranhado de cores vivas, berros e caretas gulosas dos "n" motoqueiros que aguardam pessoal para o serviço de moto-taxi, como quem vê um frango assado depois de uns dias a pão e água. A experiência angolana ajuda e muito neste caso. Voz firme e hirte, deixando bem claro que quem escolhe é o cliente, sob pena de não escolher vivalma, inventando e justificando na hora que "tenho um contacto dum motoqueiro amigo". É uma travessia pela "selva" de cerca de meia hora, onde o ingrediente liberdade é obrigatório.




Quando se despede da mota na Playa Blanca, a sensação é a de que já nao é possível surpreender-se mais. Engano redondo. O primeiro impacto pressiona-nos a querer ficar pelo menos uma semana. Principalmente naquela zona onde nao existem estruturas que nao sejam de bambu.



Sente-se que a praia é nossa. O mar é imensamente nosso.




Os habitantes da ilha são maioritariamente afro-descendentes, nao escondendo as cores que lhes vai na alma e a alegria da partilha do sorriso.






Para que a experiência fosse ainda mais autêntica, eu e a Joana escolhemos ficar "hospedadas" em "hamacas" (redes) ao ar livre, em frente ao mar e sobre o céu sempre estrelado. Sem casa-de-banho ou outros acessórios menos requisitados num cenário daqueles. Mas com convívios, gargalhadas, concerto privado de voz e guitarra, massagens e pôr-do-sol magnifico.






Foi aqui, nas primeiras horas na Playa Blanca que, em mais de dois anos de viagem, tive a primeira experiência de perder algo. E neste caso, este algo era sobretudo de valor sentimental. Para além do dinheiro que tinha levado para usar na estadia (felizmente tinha deixado a maior parte em Cartagena), perdia o meu iphone que tinha sido o meu companheiro fiel, a minha ferramenta para captar momentos, nesta longa jornada.


Isto aconteceu na altura em que estava concentrada a tirar umas fotos e o meu estojo/carteira terá caído na areia, numa zona da praia onde tínhamos ido jantar. Eu e a Joana procurámos por toda aquela área de influência e nada. Mas eu tinha a certeza que a tinha perdido ali mesmo.

Esta foi uma das fotos que me levaram a distrair e deixar cair o estojo/carteira

Por descargo de consciência, depois de termos perguntado ao dono do "restaurante" pela carteira, voltámos ao nosso "acampamento" e fiz a procura por todos os cantos, em vão. 

Dormíamos em redes e na tenda guardávamos os pertences

Regressámos ao ponto de partida e a Joana apercebeu-se que eles estavam a falar algo sobre a carteira e meteram-se todos no interior daquela cabana, em modo reunião. Sem pensar duas vezes, invadi o salão e só se aperceberam de mim quando já me encontrava lá dentro havia mais de 1 minuto. No momento em que acabava de confirmar que eles tinham o meu pertence, o dono, em jeito para lá de comprometedor, correu para mim, fez com que abandonássemos o local e já no exterior, veio com uma história da carochinha, em que um miúdo da povoação teria encontrado a carteira e eles o teriam levado à razão. E não havia valores.

Moral da história: perdi 250.000 COP (cerca de 125 USD), mas recuperei o meu iphone com toda a informação (incluindo as fotos) e o meu sorriso para o resto da estadia.






Preparadas para deixar Playa Blanca e seguir para o próximo poiso

Para regressar a Cartagena, porque não experimentar a versão catamaran, com o brinde de contemplação da charmosa Cartagena a partir da baía?



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