Copacabana y Isla del Sol - Bolívia

Saímos do hostel em La Paz as 7:30, num bus turístico, em direcção a Copacabana. Quarenta e cinco minutos foram necessários para recolher o pessoal todo nas respectivas acomodações e, por, ultimo, encher o bus no terminal.

Faziam 8 graus e passamos 70% da viagem acompanhadas de frio, gorro e luvas. Ao chegarmos ao final da estrada, interrompida pelo Lago Titicaca, tivemos que sair do bus, pagar uma taxa de BOB 1,5 e ir de lancha ate Tiquina. O bus seguiu acompanhado do motorista numa plataforma.




Mais 40 minutos no bus e ainda antes do meio-dia, chegávamos a Copacabana, a original que emprestou o nome a famosa praia do Rio de Janeiro.

Adorei a atmosfera, mal chegamos. Enquanto esperávamos o horário do barco para a Isla del Sol, eu e a Marina fomos almoçar num dos inúmeros restaurantes na animadíssima Calle 6 de Agosto, um menu do dia composto por sopa, prato principal e sobremesa, por apenas 20 bolivianos (cerca de 2 euros). Essa mesma rua tem uma serie de esplanadas exibindo gente colorida, despreocupada e de bem com a vida (outros viajantes, vestidos com as cores andinas).






A viagem ate a Isla del Sol durou intermináveis 90 minutos. Intermináveis, porque já contávamos com uma manha inteira de viagem, mas a verdade e' que a vista era lindíssima, ao redor do Lago Titicaca.

Isla del Sol, com uma topografia acidentalissima, tem a povoação Yumani lá no alto, cerca de 30 a 40 minutos a subir com uma inclinação mais do que razoável e para uma altitude de cerca de 4000 metros. Nao existem carros. Os coitados dos burros levam a nossa tralha montanha acima, por cerca de 2 euros. "Mas parecem bem dispostos", atirava um turista.



O Hostal escolhido parecia que ficava mais acima do que o cume... Mas uma vez chegadas ao local que nos acolheria nessa noite, a satisfação foi extrema. Todo o Hostal, incluindo o nosso quarto, estava voltado para o Lago Titicaca e para a Cordilheira dos Andes e sem nenhum empecilho 'a frente. "Amanha podem ver o nascer do Sol sem sair da vossa cama", convencia-nos definitivamente o Sr. Jose, o dono do estabelecimento.



Começamos a desfrutar da vista com um saboroso lanchinho, com direito a pao quente, na simpática sala de jantar e no jardim em frente.



Eu sentia-me como se estivesse em Faja (casa da minha avo Daluz, em Santo Antão). Vista espectacular, onde acreditamos que podemos tocar o céu.

Por volta das seis, e' claro como sabido que e' hora de apreciar o por-do-sol, cerca de 10 minutos subindo para onde se avista o outro lado do Lago Titicaca e o Peru. Magnifico! Afinal, o Hostal ficava mesmo quase a tocar o cume...



Voltar a nossa casa e esperar por um belo jantar caseiro,  cujos legumes foram apanhados no próprio jardim, foi o passo seguinte obrigatório.

E, pelas 6:30 da manha, levantar a cabecinha e, a partir da cama, do conforto do edredon, ficarmos deslumbradas com o nascer do sol. Assim, como nao pensar que "a vida e' nossa"? As vezes, tendemos a pensar que "e' muita fruta", nao merecemos tanto. Mas ai e' que esta, se o atraímos e' porque esta 'a mão de semear.




Depois do pequeno almoço, com direito a panquecas e mais, convidava a explorar um pouco mais a ilha. Primeiro, rumo ao Mirador, onde se vê a ilha de ponta a ponta, como que desenhando a roda dos ventos. Um verdadeiro espectáculo, ao vivo e a cores!






Depois, fiz-me 'a trilha para as ruínas Inca, na parte Sul da ilha. Cerca de 50 minutos a descer e 30 a subir (perdi-me por duas vezes na ida, permitindo-me avistar umas vistas soberbas). A ruína e' composta por um Templo onde se viaja no tempo. E mais nao digo...





Chegava a hora de deixarmos aquela ilha apaixonante. O nosso amigo Neno (de pequeno), o burrito lá de casa, foi carregado com as nossas mochilas que eram maiores e mais pesadas do que ele. "le gusta cargar", dizia o Jose. Bom, pelo menos foi mais contente, ao oferecermos umas cascas de tangerina, pitéu que ele devora em segundos e chora por mais. Ainda houve tempo para a fotografia de grupo, eu e Marina, Neno e Juana (a nossa cozinheira de mão cheia).



E tempo para recontar os trocos! Na tarde anterior, esquecemo-nos de levantar dinheiro em Copacabana e só ao chegar 'a Isla del Sol demos conta que nao tínhamos mais do que um tostão furado. Foi uma loucura total. Contámos todos os trocos que tínhamos e dava exactamente para dormirmos nesse Hostal (5 euros/pax, inc pequeno-almoço), jantarmos (2 eur/pax) e pagarmos o burrito no regresso (1 eur). Nem dava para uma garrafa de agua... Valeu-nos a fonte Inca, com uma agua saborosamente fresca.





Mais uma hora e meia de viagem ate Copacabana, desta vez num barco super desconfortável e mais do que lotado, cujos bancos pareciam de pau...

Uma vez chegadas a Copacabana, fomos imediatamente a um "cajero", para levantar dinheiro e sentirmo-nos outra vez, donas de si.

Mais um menu do dia boliviano, para almoçarmos 'a hora de lanche (18:00) e desta vez por 1,7 euros por cabeça.

A ultima noite na Bolívia e em Copacabana foi mais do que especial. No bar-restaurante "Pueblo Viejo", onde o ambiente e' fantástico, a comida e' fabulosa e com uma viciante música ao vivo, com uma mescla de sons de guitarra, o "charango" (instrumento boliviano parecido ao cavaquinho) e um outro também de cordas que nao consegui identificar, mas que continuam no meu ouvido.



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