A Bolívia citadina - Potosi

Em Uyuni, ficamos apenas uma noite, no Hostal Tonito, que recomendo, nao só pelo conforto aceitável (na Bolivia, e' comum encontrar hostels muito basicos) como também pelo restaurante / Pizzaria, onde comi a melhor sopa de tomate ate hoje e as pizzas sao a atracção local.

Na manha seguinte, a familia Boliviana seguiu para Potosi, de bus. As cerca de 6 horas de viagem foram surpreendentemente ricas de paisagens.

Potosi, para os Bolivianos (sim, porque no Peru,encontrei um local que puxou a brasa a sua sardinha) e' a cidade mais alta do mundo: 4060m de altitude. O certo e' que dávamos uns poucos passos dentro da cidade e parecia que o coração se nos saltava da boca, como no final de uma grande maratona.

E' também a cidade das minas de prata, onde ainda trabalham crianças. A visita a uma mina de prata costuma ser a atracçao local, mas nenhum de nós se atreveu a ir, dado que ainda esta muito presente na nossa memoria o incidente com os mineiros chilenos no ano passado, que ficaram retidos na mina por cerca de dois meses. Nao havia como arriscar...

A cidade em si e' muito charmosa, tem monumentos históricos coloniais muito bem conservados, a brilhar.


Nessa noite de segunda-feira, duas pessoas entravam com o preço de uma, no cinema. Eu e a Marina lá fomos para esse programa diferente que e' (quase) sempre uma boa aposta.

Aqui em Potosi, lembrei-me de Africa, especialmente de Angola, onde as pessoas abundam nas ruas e praças. As pessoas e as cores. Vida!

No mesmo dia em que chegamos, fomos confrontados com manifestações da classe de transportes, que bloqueavam as estradas, como forma de protesto por aumento salarial. Esta situação manter-se-ia por mais dois dias e, imediatamente, iniciavam as manifestações da classe medica e de enfermeiros, dando continuidade ao mesmo tipo de protesto. Isto traduzir-se-ia na possibilidade de ficarmos retidos em Potosi, ate ao próximo sábado, ou seja quase uma semana a fazer-de-conta, numa cidade convidativa, mas para apenas um par de dias...

Como sempre, as greves sao rentáveis para alguns. Neste caso, para os "taxistas" que cobraram 50 bolivianos por cabeça (de bus costuma ser 20BOB), para evacuar o pessoal para Sucre. Mas ainda assim nao era fiável, pois com os bloqueios, havia o risco de se ter que caminhar mais de 2km, à entrada de Sucre, com a bagagem as costas...

Eu e a Marina tentamos a nossa sorte na noite do dia seguinte, com uma holandesa e uma sueca e, pelas 22:00 chegávamos a Sucre, ao nosso hostel. Os restantes elementos da familia boliviana tentariam a sua sorte na manha seguinte.

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