Best Birthday Ever (Bali, Outubro 2012)
No dia do meu aniversário não pude ter acesso às manifestações de carinho de longe, que me fazem sorrir com o coração e gargalhar com a alma.
Coincidentemente, como no ano anterior, os meios de comunicação privaram-me de falar com os meus, no meu aniversario. Lembram-se, em 2011, a Unitel cortou a ligação de todos os números da minha empresa, exactamente a partir das 0:00 do meu aniversário? Assim permaneceu durante 4 ou 5 dias...
Este ano, fiquei sem internet a partir da madrugada do meu aniversário (só pude partilhar o texto do balanço dos meus 35 às 23:40 do dia 27) e só voltei a ter internet 2 ou 3 dias depois...
Mas em contrapartida, tive o "Best Birthday ever"!!! Foi um dia memoravelmente fantástico que a minha família de Bali me proporcionou. Cheio de sorrisos, abraços, gargalhadas, partilhas...
Comecei com dois mergulhos (dois dos cinco que me dariam a certificação de Advanced Padi Diver) num sítio mágico e em companhia dos meus manos e manas. Sim, oficialmente sou Advanced diver, só me faltam dois níveis para o Divemaster.
Tive um jantar lindo, com direito a prendas, mimos e mimos, um bolo lindíssimo (infelizmente ainda nao pude deliciar-me com as fotos desses momentos especiais, registados na maquina de uma das manas holandesas).
E o momento alto da noite foi simplesmente WOWWWW.
A Dayu, minha mana-prima-mãe-e-muito-mais, preparou-me um ritual de Bali, que consiste num arranjo com flores lindas e cheirosas, velas e muito amor, tendo como base uma tábua de madeira.
As meninas foram todas para o mar, em noite de lua cheia, vestidas a rigor com o melhor dresscode (wet-sexy-night-outfit), eu levando o meu arranjo, as minhas manas levando mãos cheias de pétalas para irem lançando ao mar enquanto me desejavam as felicidades em silencio, para a deusa do mar.
A água dava-nos pela cintura. As manas de Bali cantavam cânticos tradicionais com uma voz pura e contagiante, enquanto a oferenda ia afastando pouco a pouco, flutuando no mar calmo. As manas internacionais (Canadá, Rússia e Holanda) seguiam o ritual de braços dados, fazendo uma corrente forte. Era impossível nao sentir tamanha energia.
Chegou a minha vez de cantar. Nao estava à espera. A minha voz, pura e simplesmente, não foi feita para cantar, pensava eu até então. Mas aquele momento pedia. Nos primeiros segundos, timidamente comecei a cantar a morna "Poeta", só voz e lua cheia. A voz que eu nunca conheci, começou a comunicar com os deuses e a embalar os espíritos. Eu estava totalmente surpreendida com tamanha energia que vinha de dentro de mim.
De repente olhei para trás e todas faziam uma enorme corrente de mãos dadas. Eu cantava em crioulo e todas elas faziam coro. Que LINDO! E a lua cheia, exactamente em cima de nós, sorrindo. As minhas manas estavam todas arrepiadas. E eu, incrédula.
Cerca de meia hora depois de observar a minha oferenda ir afastando calmamente pelo mar fora, com a iluminação das velas dançando, chegou o momento da EUFORIA FEMININA.
As minhas oito sisters (Dayu, Dayu, Tchi, Zahira, Amber, Alfiya, Briggite and Jeanette) começaram a manifestar todo o seu amor, numa espectacular sova de água sobre mim. Começou a festa! Gargalhadas, abraços e mergulhos numa linda noite de luar com o melhor "dress code ever"!
Cerca de três horas depois, a minha oferenda ainda continuava a dar sinal, de lá muito, muito longe, com as velas ainda a brilhar. A Dayu disse que nao é usual.
Bali, 28 de Outubro 2012
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